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Desconhecido


Lá estava ele, envolto em uma luz que não descobri ser sua ou da estrela que rasgava o céu naquela noite de sexta-feira. Da janela do ônibus eu o observava caminhar lentamente sobre a plataforma. Nas costas, um violão. Imaginei se fazia parte de alguma banda que talvez ninguém venha a conhecer ou se só tocava por hobby. Me imaginei ouvindo ele tocar uma música que compôs para mim. Imaginei aquela mesma estrela vigiar o primeiro de nossos muitos beijos. Em minha cabeça, tentava descobrir sua cor favorita, seu sorriso mais bonito, ou até mesmo, o seu nome. 

Por um momento, quis passar a minha vida inteira ao seu lado. Quis contar a ele todos os meus segredos. O entregaria meu coração sem precisar pensar duas vezes. Me vi numa tarde de domingo conhecendo sua família e depois fugindo para um lugar bem longe, em uma moto que talvez ele nem tenha. Caminhamos a beira da praia de mãos dadas, traçamos nosso futuro e só existia nós dois.

De repente, o ônibus volta a andar e me leva tanto para longe dele quanto desse pensamento louco. Fico pensando se já o vi por aí e se não, se algum dia irei vê-lo. De volta a realidade, sigo minha vida deixando para trás aquele desconhecido que queria poder chamar de meu.

2 comentários:

  1. Ah, que lindo e romântico. Eu adoro escrever, mas aí li Lolita e percebi que o que eu escrevia era pura merda kkk.
    Amo o título do seu blog *o*
    Beijos,
    http://ladylikeoficial.blogspot.com.br/

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