Encantado?

Príncipe encantado? Ah, aquele que todas vocês já devem ter ouvido falar. O tal que tem um lindo cavalo branco para buscar sua princesa. Bonito, educado, cheio de pose. O sonho de toda garota. Porém, com um único defeito. Não existir. Por tempos me iludi e me fiz acreditar que ele viria, que sairia das histórias de fada da minha prima de cinco anos. Esperei por ele. E no meio dessa espera apareceram vários sapos. Até que então, ele. Um ser diferente de um príncipe dos sonhos. Mas que não saiu de um livro de contos. E sim da vida real.

Skate abaixo do braço, jeans surrado, All Star sujo, tatuagens e alargador. Príncipe encantado? Não mesmo. Aquele lá estava mais para um roqueirinho qualquer. Bonitinho. É, exatamente. Um feio arrumado. Porém um bonitinho que me fazia rir. E, aliás, tinha a risada mais bonita que já vi. Não era nenhum cara fortão, que vivia a base de aparência, era apenas ele mesmo.

Assim como eu, ele estava a espera de sua princesa. Aquela que, também, não sai dos livros. E sim da vida. Esperar mais tempo pra quê? Era ele. Sabia que era. Sentia isso. Ele era o meu príncipe-não-encantado. E quando, finalmente, tivemos a chance de dizer "Que sejamos felizes para sempre", dizemos "Que seja eterno enquanto dure". Porque essa é a vida real. Não as histórias da Disney.